Fatos estranhamente fascinantes revelam o que realmente acontece quando um papa morre

Após a morte de um papa, algo importante acontece. O último papa a falecer enquanto ainda servia como chefe da Igreja Católica foi João Paulo II em abril de 2005. Nisso, 160 cardeais, 70 chefes de Estado, cinco rainhas e quatro reis compareceram ao grande funeral. Isso sem mencionar os milhões de pessoas que assistiram de casa. Todos, sem dúvida, ficaram envolvidos pelos eventos estranhamente cativantes antes, durante e depois da morte do papa. Assim, aqui está exatamente o que ocorre nessa situação.

O documento que contém o protocolo oficial

Quando o Vaticano inicia o plano de enterro para um falecido papa, volta-se para os rituais estabelecidos no Ordo exsequiarum Romani Pontificis. Esse é um documento de 437 páginas que foi realmente modificado por João Paulo II antes de sua morte. O manual - o qual é escrito em uma mistura de latim e italiano - estabelece o protocolo oficial, bem como os três cruciais "postos" para o funeral.

Incomum lugar de descanso

Um caixão não é suficiente para conter os restos sagrados de um papa. Por isso, eles possuem nada menos que três! Há muito tempo é uma tradição que o cadáver de um papa seja colocado primeiro dentro de um caixão feito de cipreste, em seguida dentro de um caixão de zinco e, por último, dentro de outro caixão de madeira. Os três caixões, então, são sepultados dentro da cripta da Basílica de São Pedro.

Moedas no caixão

Antes que o corpo de um papa seja colocado dentro de seus três caixões, existem diversos itens que são tradicionalmente postos ao lado dele. Um deles é uma barra feita de chumbo que contém uma breve descrição da vida e liderança do papa. Haverá lá, aliás, algumas medalhas e sacos de moedas de prata e bronze.

A decomposição

O papa João XXIII foi exumado em 2001 após 38 anos dentro da Basílica de São Pedro. "Nada do corpo se decompôs", disse o cardeal Virgilio Noè à Reuters na época. "Foi como se ele tivesse morrido ontem... Parecia tranquilo. Sua boca estava ligeiramente aberta, no entanto, ele certamente estava tranquilo. A serenidade que teve em vida, ele levou consigo para a morte e ainda a teve 38 anos depois".

Nada de doação de órgãos

Antes de se tornar o papa Bento XVI, o cardeal Joseph Ratzinger tinha um cartão de doador de órgãos como "um ato de amor". Em 2011, porém, o Vaticano confirmou que um papa não pode doar seus órgãos porque seus restos mortais se tornam propriedade da igreja. De acordo com a Reuters, as autoridades do Vaticano também disseram que um órgão de um papa doado seria teoricamente uma relíquia caso esse líder mais tarde se tornasse um santo.

Uma gruta com mais de 90 papas

Você pode prestar suas homenagem aos papas do passado nas Grutas do Vaticano. Essa enorme rede subterrânea contém os túmulos de mais de 90 papas, bem como de outros chefes de Estado. Lá, os vestígios históricos datam de 900 e estão cercados por várias capelas e monumentos papais. Você encontrará as Grutas logo abaixo da Basílica de São Pedro.

Um martelo de prata para confirmar

Se um papa morre enquanto ainda serve como chefe da igreja, há um curto período de tempo antes que um novo seja eleito. Nesse breve momento, um "camerlengo" toma conta do Vaticano. As responsabilidades do camerlengo, a propósito, incluem um estranho ritual para confirmar a morte daquela figura. Dessa forma, ele tradicionalmente usa um martelo de prata para bater no corpo do papa três vezes e dizer seu nome em voz alta.

Um longo período de luto

O Vaticano não se apressa após a morte de um papa. Depois do funeral, começa um intervalo de nove dias de luto chamado Novemdiales. Uma missa especial também acontece durante esse tempo. Ao que parece, tal ritual aparentemente vem de uma antiga tradição romana de esperar nove dias antes de realizar uma cerimônia.

Determinado período de tempo para o enterro

Após a morte de um papa, o Vaticano precisa aguardar pelo menos quatro dias para realizar um funeral. O sepultamento, contudo, pode ocorrer até seis dias depois da morte - a menos que haja "razões especiais". Quando o papa João Paulo II morreu em 2 de abril de 2005, por exemplo, ele foi enterrado após seis dias, em 8 de abril de 2005.

Milhões no funeral

Depois que João Paulo II faleceu em 2005, seu corpo foi velado dentro da Basílica de São Pedro por quatro dias. Inclusive, o público pode ir vê-lo, como manda a tradição - mas o número de pessoas que compareceram para se despedir foi realmente impressionante. Não é à toa que aquele funeral foi considerado o maior da história, tendo quase 2 milhões de pessoas fazendo fila para ver o João Paulo II pela última vez.

Vestido para impressionar

Como é de se esperar, um papa só será sepultado na Basílica de São Pedro quando estiver em sua melhor aparência. João Paulo II, por exemplo, vestia uma túnica vermelha e uma mitra branca e segurava um rosário antes de seu enterro. Da mesma maneira estava Bento XVI. Embora não fosse mais chefe da igreja no momento de sua morte, ele utilizava vestes vermelhas e segurava um rosário durante seu funeral.

O decano do Colégio dos Cardeais em um papel de liderança

Após a morte de Bento XVI no final de 2022, vimos a extraordinária situação em que o atual papa, Francisco, conduziu o funeral de seu antecessor. Não costuma funcionar desse modo porque um papa tende a ocupar o cargo até sua morte. Tradicionalmente, portanto, é o decano do Colégio dos Cardeais quem preside o funeral de um papa. Em 2005, por exemplo, foi o cardeal Joseph Ratzinger - o qual se tornou o papa Bento XVI - quem supervisionou o funeral de João Paulo II.

A destruição do anel

O fim do reinado de um papa como líder da Igreja Católica é marcado por vários simbólicos jeitos. Um incomum ritual, aliás, mostra o camerlengo quebrando o Anel do Pescador do papa e seu selo de chumbo em frente a uma reunião oficial de cardeais. Isso acontece porque um único anel é feito de ouro para cada papa.

Anúncio por meio de fumaça

A eleição de um novo papa envolve um conclave de cardeais votando. Enquanto isso ocorre, um cano especialmente erguido na Capela Sistina chama a atenção. Afinal, o público apenas fica sabendo quando um novo papa foi escolhido quando um certo tipo de fumaça sai daquela chaminé. Se a fumaça for branca, um novo papa foi eleito. Caso a fumaça seja preta, ainda não houve um consenso.

O conclave dos cardeais

Eleger um novo papa é um assunto sigiloso e tudo é feito para manter o processo fora dos holofotes. O conclave onde os cardeais depositam seus votos, por exemplo, é totalmente fechado para qualquer pessoa que não esteja incluída na reunião. Os próprios cardeais, a propósito, são protegidos do mundo exterior, ficando sem acesso a seus dispositivos eletrônicos.

Voto secreto

A eleição de um novo papa depois da morte - ou da renúncia - de seu antecessor acontece dentro da Capela Sistina. Os cardeais responsáveis utilizam um sistema de votação secreta para escolher o próximo chefe da igreja. Após o primeiro dia de deliberação no conclave, a votação é feita. Isso se repete nos próximos dias; sempre duas votações pela manhã e duas na parte da tarde até que um dos cardeais presentes receba a maior parte dos votos.

O selamento

O camerlengo tem muito o que fazer depois da morte de um papa. Todavia, entre as menos óbvias de suas responsabilidades está selar o escritório dessa figura. O camerlengo deve, dessa forma, supervisionar as pessoas que cortam a linha telefônica para os aposentos pessoais do papa, selar seu escritório e literalmente fechar a porta com fitas vermelhas.

O sepultamento

O enterro de um papa encontra-se naturalmente vinculado a uma longa linha de tradição. Normalmente, os papas que faleceram nos últimos tempos escolheram ser sepultados sob a Basílica de São Pedro. Enquanto um sino toca, seus caixões costumam ser carregados do altar à cripta. Os três caixões são, assim, colocados em um sarcófago de mármore e selados com uma laje de pedra.

Uma cerimônia bastante privada

Apesar do funeral do último papa ter sido um dos maiores da história, o enterro desses homens é uma questão privada. O evento é mantido longe do olhar do público e presenciado somente por funcionários de alto escalão do Vaticano. No caso do João Paulo II, o cardeal camerlengo Eduardo Martínez Somalo encerrou a cerimônia com as seguintes palavras: "Senhor, dai-lhe o descanso eterno e que a luz perpétua o ilumine".

Mesmo morto pode ser julgado

Bem, este caso ocorreu em 897. Naquele ano, o papa Estevão VI acusou o ex-Papa Formoso de ganhar sua posição ilegitimamente e, então, um julgamento precisou ser realizado para apurar a verdade. O único problema disso é que Formoso estava morto. Entretanto, não importava: tudo o que eles tiveram que fazer foi desenterrar seu corpo! Formoso, por fim, acabou sendo considerado culpado e destituído de seu título e vestes. Para completar, seus restos mortais foram lançados em um rio.

Um pássaro fez deste indivíduo um papa

Acredite ou não, mas um homem aparentemente foi nomeado papa após uma pomba ter pousado em sua cabeça! Fabiano, inclusive, nem era bispo, e sim um comum romano, quando conseguiu o cargo em 236. Como não havia um sistema oficial para eleger um novo papa naquela época, o incidente da pomba foi visto como um "sinal" de que Fabiano havia sido escolhido por Deus.

Número recorde de chefes de Estado

No funeral de João Paulo II estavam presentes nove monarcas reinantes, pelo menos 70 primeiros-ministros e presidentes e mais de uma dúzia de líderes de outras religiões. A cerimônia tornou-se, dessa maneira, a maior reunião de chefes de Estado de todos os tempos - isso, claro, se você não levar em conta as sessões das Nações Unidas. Aliás, aproximadamente quatro milhões de pessoas se reuniram na cidade de Roma em luto por aquele falecido papa.

Menos de 80 anos

A verdade é que nem todo cardeal da Igreja Católica Romana possui a chance de votar no próximo papa. Isso porque uma decisão em 1970 decretou que os cardeais só poderiam votar no conclave se tivessem menos de 80 anos. Ao que tudo indica, essa resolução surgiu para que os cardeais mais idosos não precisassem ter que viajar a Roma para a votação.

O primeiro papa a viajar de avião

Em 1964, o papa Paulo VI foi o primeiro chefe da igreja a embarcar em um avião. Seu destino? A Terra Santa, claro. No entanto, o passageiro mais frequente foi João Paulo II. Durante seu papado, ele percorreu mais de 1 milhão de quilômetros no espaço aéreo e visitou dois terços do mundo.

O primeiro papa a ser fotografado

Esta histórica imagem do papa Pio IX foi tirada durante seu papado - entre 1846 a 1878. No começo, a Igreja desaprovava a fotografia, preferindo em seu lugar os clássicos retratos de outrora. Sem condições discutir com isso! Afinal, a tinta a óleo conseguia mesmo esconder uma infinidade de defeitos...

Um trono

Antes de 1978, o papa era carregado em uma cadeira chamada "sede gestatória". Aquele ornamentado trono ficava sobre duas hastes e era carregado por 12 lacaios. Esse meio de transporte, a propósito, foi usado por quase mil anos até que o papamóvel tomou seu lugar. Pois é, um carro acabou sendo mais prático.

Apenas dois requisitos

Você pode se surpreender ao ouvir isso! Basta cumprir somente duas condições para ser papa hoje em dia. Você tem que ser homem - sim, isso ainda é um pré-requisito - e batizado pela Igreja Católica. Porém, preencher essas condições não significa necessariamente que você terá uma chance. Até porque só cardeais foram eleitos para o cargo desde 1378...

Quase nunca renunciam

Antes de Bento XVI anunciar que estava deixando o cargo, você teria que voltar centenas de anos para dar uma olhada na última renúncia de um chefe da igreja. Estamos falando especificamente de 1415, que foi quando Gregório XII abdicou de sua posição. A verdade é que os papas costumam manter o cargo até o fim da vida.

As eleições papais podem durar dias

Como foi mencionado, para discutir acerca da eleição de um novo papa, o Colégio dos Cardeais encontram-se em uma reunião chamada conclave. Geralmente, esse processo leva alguns dias, contudo, os cardeais não podem deixar o Vaticano durante esse período. Juntos, eles devem passar por rodadas de votação a respeito do próximo papa até que um candidato obtenha pelo menos dois terços dos votos expressos.

No menor país do mundo

Não, não estamos falando da Itália... Isso porque o papa mora na Cidade do Vaticano, a qual foi fundada como uma cidade-Estado em 1929. A pequena área, inclusive, estende-se por apenas 0,44 km². Em outras palavras, o Central Park na cidade de Nova York é significativamente maior do que esse sagrado país.

O código de vestimenta para conhecer o papa

Se você tiver a sorte de ser convidado para uma reunião com o papa, preste atenção: há um código de vestimenta bastante específico. Convidados do sexo masculino devem usar um fraque ou um terno preto e uma prudente gravata. Já as mulheres, por sua vez, devem utilizar um vestido preto abaixo do joelho com mangas compridas e gola alta. O traje, aliás, deve ser acompanhado por um véu preto.

Certas mulheres podem usar branco

Uma boa notícia? Caso preto não seja sua cor, você pode usar branco para encontrar o papa. A má notícia? Você precisa estar entre as sete mulheres que se qualificam para isso. Elas são a antiga e atual Rainha da Bélgica, a antiga e atual Rainha da Espanha, a Grã-Duquesa de Luxemburgo, a Princesa de Mônaco e a Princesa de Nápoles.

Em voos comerciais

Como não possui avião próprio, o papa costuma voar na executiva ou na primeira classe. Um voo com o chefe da igreja a bordo é muitas vezes referido como "Shepherd One". A companhia aérea pode até fornecer encostos de cabeça bordados com o selo papal para essa figura e seus acompanhantes desfrutarem. O maior luxo!

A passagem secreta no Vaticano

Se o papa quiser - ou precisar - escapar rapidamente da Cidade do Vaticano, ele pode seguir pelo Passetto di Borgo. Construída em 1277, essa passagem conecta o Vaticano a um fortificado castelo do outro lado do rio Tibre. A propósito, ela já foi bem necessária. Em 1527, por exemplo, o Papa Clemente VII teve que fugir da Cidade do Vaticano durante um ataque a Roma. Embora muitos de seus homens tenham morrido na evacuação, ele sobreviveu por causa dessa passagem.

Os papamóveis

Já chegamos até a falar do papamóvel aqui, entretanto, o detalhe é que existem vários! Esses carros têm diferentes níveis de segurança. Enquanto alguns são fechados com vidro à prova de bala, outros possuem somente escudos de proteção dianteiros.

Geralmente mais velhos

Hoje em dia, os papas tendem a ser homens que tiveram longas e históricas carreiras na Igreja. Francisco, por exemplo, começou seu papado aos 76 anos. No passado, todavia, houve diversos chefes da igreja muito jovens. Bento IX tinha cerca de 20 anos quando assumiu o cargo, bem como João XI, o qual tinha 21 anos.

Um surpreendente salário

Será que vale a pena ser papa? Se você está falando em termos financeiros: não vale absolutamente nada! Exato, o papa não recebe um salário mensal. Ao The New York Times, o autor Mimmo Muolo explicou o porquê disso. "Como monarca absoluto, [o papa] tem tudo e nada a sua disposição", comentou Muolo em 2021. "Ele não precisa de renda porque tem tudo o que necessita".

O primeiro a mudar de nome

Mercurius tornou-se papa em 533, no entanto, havia um pequeno problema: seu nome derivava de um deus romano. Por achar que não era uma boa ideia para um líder católico continuar com aquela designação, ele mudou para João II. Desse modo, a tradição continuou desde então. O Papa João Paulo I, por exemplo, escolheu combinar os nomes papais dos dois homens que o antecederam.

O mais longevo

Acredita-se que o primeiro papa tenha sido São Pedro - sim, o mesmo que alguns cristãos acreditam que vão encontrar nos portões do Céu. Seu papado durou 37 anos até sua morte em meados do século 1. Porém, e o mandato mais curto como papa? Essa honra pertence a Urbano VII, o qual ocupou o cargo por só 12 dias antes de morrer de malária.